24 de fevereiro de 2011

Ônibus espacial Discovery finalmente decola

Texto de Giuliana Miranda
Folha.com

Após oito adiamentos e quatro meses de espera, o ônibus espacial Discovery, da Nasa, decolou nesta quinta-feira nos Estados Unidos.
Este será o 39º e último voo da nave, que entrou em operação em 1984 e é a campeã da agência espacial americana em permanência no espaço. Ela se dirige agora à ISS (Estação Espacial Internacional), com seis astronautas a bordo. Será a 35ª quinta missão do Discovery na estação.
O lançamento ocorreu às 18h50 (horário de Brasília). A missão está programada para durar 11 dias.

Discovery decolando para última missão (Foto: NASA)


NOVELA
O lançamento do Discovery foi marcado por sucessivos problemas. Previsto inicialmente para 1º de novembro do ano passado, o lançamento precisou ser adiado por causa de um vazamento de hidrogênio.
Em seguida, mais problemas: houve uma falha elétrica e, depois, rachaduras no tanque de combustível externo.

Nem os astronautas escaparam da "maré de azar" da missão. Timothy Kopra, que deveria embarcar na nave, foi cortado da equipe após sofrer um acidente de bicicleta em janeiro.
O futuro do programa espacial americano ainda é incerto. A Nasa começou a aposentar seus ônibus espaciais, cuja segurança foi posta à prova após dois acidentes fatais. Em 2003, o Columbia explodiu matando sete astronautas. Mesmo número de mortos da explosão do Challenger, em 1986.

20 de fevereiro de 2011

I CosmoSul - Cosmologia e Gravitação no Cone Sul

Texto retirado do site do evento.



O I CosmoSul acontecerá no campus do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, de 01 a 05 de agosto de 2011. Este encontro tem como objetivo alavancar colaborações científicas entre os diferentes grupos de pesquisa em Cosmologia e Gravitação do Cone Sul, sendo esperados em torno de 40 pesquisadores. O programa do encontro constará de oito palestras com 1h de duração, 16 seminários de 30 minutos, apresentaçao de painéis e várias seções de discussão.
Mais informações em: http://www.on.br/CosmoSul/

4º Encontro Internacional de Astronomia e Astronáutica

Texto do site do evento.

A abertura do evento ocorrerá no dia 21 de abril de 2011 na cidade de Campos dos Goytacazes.
O 4o Encontro Internacional de Astronomia e Astronáutica contará com a participação de palestrantes convidados de diversos países.
O evento terá exposicões internacionais, palestras, mini-cursos, competições internacionais, sessoes no Primeiro Planetario Digital Brasileiro, exposições organizadas por clubes de Astronomia, festa com as estrelas (Star Party - evento de observação do Céu), visita ao Espaço da Ciência e uma vasta programação..
Muitas novidades durante o evento.
Não deixe de participar.
Todos serão bem-vindos!!!

XII Reunião Bienal da Red POP

Texto do site do evento.



Rede de Popularização da Ciência e da Tecnologia da América Latina e do Caribe –RedPop – convida os interessados a participar de sua 12ª Reunião Bienal, que se realizará entre os dias 29 de maio e 02 de Junho de 2011, na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, na cidade de Campinas, Brasil.
Este congresso internacional destina-se a profissionais atuantes em popularização científica e pesquisadores acadêmicos que tem a popularização e divulgação científica como objeto de estudo. O evento tem por objetivo propiciar o intercâmbio de experiências e resultados práticos, a divulgação de pesquisas relevantes a área e a reflexão a respeito de idéias, inovações e problemáticas relacionadas à divulgação científica.
Tema da reunião
“Profissionalização do trabalho de divulgação científica”
É amplamente reconhecida a necessidade de ampliar o acesso da população em geral ao conhecimento e a informação científica ultrapassando os marcos da educação formal. Atendendo a esta demanda da sociedade, cresceram e se multiplicaram os espaços físicos e virtuais dedicados a popularização e divulgação científica: centros e museus de ciências, programas de educação não formal, publicações impressas e online, programas de televisão e outros mais.
Os profissionais que trabalham nestes espaços e meios têm sua formação profissional básica associada aos conteúdos (cientistas das mais diversas áreas que se dedicam parcial ou integralmente à divulgação) ou aos meios e recursos de comunicação diversos (museologia, educação, imprensa, vídeo, engenharia e outros).
A variedade de conteúdos e meios de comunicação disponíveis da área de divulgação demanda tanto um trabalho intenso de equipes multidisciplinares e multiprofissionais, como uma complementação da formação original, para permitir a atuação nesta área tão peculiar.
A celebração de vinte anos da fundação da Redpop é um marco adequado para reflexão e proposição de novas iniciativas e programas para incrementar e enriquecer a formação dos profissionais atuantes na área de Popularização da Ciência e Tecnologia na América Latina e no Caribe.


Eixos Temáticos
A Reunião terá cinco eixos temáticos, e a cada um destes será destinada uma Conferência Plenária. Os eixos temáticos são os seguintes:
1) Educação não formal em ciências
2) Jornalismo científico
3) Museografia  e Museus e Centros de Ciências
4) Público, impacto e avaliação dos programas
5) Programas, materiais e produtos para popularização científica.
Serão aceitas propostas de trabalho para apresentação em cada um destes eixos, tanto trabalhos de pesquisa, de caráter acadêmico, como trabalhos de profissionais da área, focados em relatos de experiências.
Mais informações em: http://www.mc.unicamp.br/redpop2011/

Russos acham que o Sol gira em torno da Terra

Publicado pela Revista IstoÉ. Nº2153 de 16 fev/2011.

O Centro de Opinião Pública e Pesquisa da Rússia, que se autointitula um dos mais criteriosos institutos científicos do país, não está acreditando no resultado de um levantamento que acaba de realizar. Foi encomendado pelo presidente Dmitri Medved um estudo para descobrir qual o interesse da população em investimentos do governo nos programas espaciais. O que se descobriu, mesmo, é que 42% da população tem convicção de que é o Sol que gira em torno da Terra e não o contrário. Basta isso, não?

19 de fevereiro de 2011

Sinal de vida extraterrestre na Terra.

Calma, leitor, não cometi um erro de língua portuguesa! Mas quero referir-me à possibilidade de vida ser encontrada no Lago Vostok, localizado na Antártica. Esqueça “homenzinhos” verdes de olhos negros e grandes. Estou falando de bactérias e outros microorganismos.
O Lago Vostok, recebeu esse nome por causa de uma remota base russa montada na superfície de gelo acima do lago em 1957. A base se chama Vostok, foi lá que a temperatura mais baixa já registrada pelo homem foi alcançada, -89 °C.
O Lago fica localizado aproximadamente 3.800 metros abaixo da camada de gelo.  A água líquida localizada nesse lugar é explicada pela alta pressão – 350 vezes maior do que na atmosfera – e a quantidade de calor produzida no interior da terra.

Uma sonda já perfurou a área e paralisou as atividades a 120 metros do lago para não contaminar o ecossistema que, segundo estimativas, encontra-se isolado do mundo há 30 milhões de anos. Em análises de fragmentos de gelo vindos dessa região foram encontrados variados tipos de microorganismos e isso dá subsídios para levar os cientistas a crerem na possibilidade haver de vida no lago. É aí que entra a “parte extraterrestre” do título deste post!


(Localização do Lago Vostok. Foto: plinger.net/blog)



Essa estrutura do Lago Vostok provavelmente é muito semelhante à de Europa – uma das luas de Júpter – Europa é coberta de gelo e acredita-se na possibilidade de haver água abaixo dessa superfície de gelo que cobre o satélite. Consequentemente, a possibilidade de vida em Europa já é levantada e como sempre, lavada a sério pelos cientistas.

É esperar pra ver!


(Europa, lua de Júpiter. Foto: NASA)

16 de fevereiro de 2011

Plutão: a discussão continua

Bem, há tempos que tenho este blog, mas nunca postei nada. Mas ao colaborar com os amigos do clubedavilaap.blogspot.com senti vontade de tocar esse blog. Andei pensando em um título legal para iniciar. Então resolvi escrever uma espécie de "breve história de Plutão". Irei contar como se deu a descoberta e todo o processo de discussão a respeito de ele ser ou não ser um planeta. Observei que ficou um pouco longo, mas valerá a pena ler até o fim para que você entender todo o processo. Obrigado e então vamos lá.

Plutão e suas luas: Caronte, Nix e Hydra (foto NASA).

A discussão a que me refiro no título deste post diz respeito a antiga discussão sobre Plutão ser ou não um planeta. Tudo teve início em 18 de fevereiro de 1930 quando Clyde Tombaugh – utilizando um novo método de placas fotográficas – descobriu o nono planeta do Sistema Solar que posteriormente viria a ser conhecido como Plutão, o deus das profundezas na mitologia romana (conhecido como Ades na grega) em alusão a sua posição nos confins do Sistema Solar.
            A notícia da descoberta de Plutão tomou conta dos noticiários da época, tanto que o jornal The New York Times chegou a promover um concurso para a escolha do nome do novo planeta. Tal “estardalhaço” explica-se pelo fato de Percival Lowell ter previsto teoricamente a existência deste astro, pois a hipótese mais provável para explicar as perturbações gravitacionais que interferiam na órbita de Netuno seria a existência de um nono planeta no Sistema Solar, ou seja, a descoberta de Plutão já era – de certa forma – esperada. Depois de algum tempo descobriu-se que na realidade Plutão não tinha massa suficiente para causar as perturbações gravitacionais anunciadas na órbita de Netuno e que essas discrepâncias ocorriam devido a um erro no cálculo da massa da Netuno. Feitas tais correções, perceberam que tudo se “encaixava” corretamente e que Plutão pouco tinha a ver com isso.
            Começava então, a “temporada de caça as bruxas” contra Plutão. Além de perceberem que Plutão não era o causador das perturbações gravitacionais sofridas por Netuno, pesava contra ele o fato de ter sua órbita muito inclinada quando comparada aos demais planetas clássicos (os internos ou rochosos: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte e os externos ou gigantes: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno), para se ter uma idéia, considerando apenas os “planetas clássicos”, a órbita mais inclinada em relação ao plano da eclíptica é a de Mercúrio com 7°. Já a de Plutão tem inclinação de aproximadamente 17,2°. Isso sem contar a sua órbita bastante excêntrica (pouco circular). Tudo isso fez com que parte da comunidade científica começasse a questionar o status de planeta dado a Plutão.
Note a inclinação e a excentricidade bastante acentuada na órbita de Plutão. Observe também que em determinado momento, a órbita de Plutão atravessa a de Netuno sendo necessários vinte anos para sair dela. (Ilustração: Observatório Nacional)


Plutão é menor do que a nossa Lua, menor do que Io, Ganimedes, Calisto e Europa (satélites de Júpiter), entre outros, possuindo apenas 2274 quilômetros de diâmetro. Embora seja pequeno – característica essa dos planetas rochosos ou internos – Plutão não é um deles e embora seja gasoso não é gigante. Juntam-se a isso as descobertas de objetos trans-netunianos (região exterior a órbita de Netuno), região esta onde Plutão está localizado, sendo que alguns destes objetos possuem tamanhos comparáveis ao de Plutão. Essa grande faixa de objetos trans-netunianos onde Plutão está localizado – semelhante ao cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter – é conhecida como cinturão de Edgeword-Kuiper (normalmente chamado simplesmente de cinturão de Kuiper).

Note que Plutão, em sua órbita, está sempre passando por outros astros. É como se sua órbita estivesse “poluída”. (Ilustração: Observatório Nacional)

Em 2005, quando foi anunciada a descoberta de Éris essa discussão esquentou de vez. Estimativas preliminares davam indícios de que Éris era maior do que Plutão. E agora? Deviam os astrônomos considerar Éris o décimo planeta do Sistema Solar ou “desclassificar” Plutão dessa categoria?
            Vale lembrar que Éris é a deusa da discórdia na mitologia grega. Nome bastante apropriado pelo visto! Pois a sua descoberta pode ser considerada como, digamos, o estopim dos embates que estavam por vir a respeito da questão de Plutão ser ou não ser um planeta.
            Se Éris fosse o décimo planeta, abriria precedentes para que Ceres (o maior dos asteróides) e Caronte (satélite natural de Plutão) também fossem classificados como tal. Saltando o Sistema Solar de seus nove planetas para doze!
            Finalmente, em 24 de agosto de 2006, na XXVI Assembléia Geral a União Astronômica Internacional, os astrônomos resolveram normatizar a questão e estabelecer critérios para que um corpo fosse classificado como planeta, pois com o desenvolvimento de novas tecnologias e equipamentos sofisticados, a expectativa era de que o número de objetos comparáveis e/ou maiores do que Plutão fossem descobertos e consequentemente o número de planetas passasse dos nove conhecidos para mais de algumas dezenas.
            É curioso notar que apesar de séculos de estudos não havia – até então – critérios para que um corpo fosse classificado ou não como planeta!
            Então ficaram estabelecidos os seguintes critérios para um corpo ser considerado planeta: a) orbitar o Sol; b) ter massa suficiente para que sua autogravidade supere as forças de rigidez e o mantenha com formado quase esférico; c) tenha “limpado” a região de sua órbita; d) não seja um satélite.
            Dessa forma, Plutão que não passa de um objeto notável no Cinturão de Edgeword-Kuiper, juntamente com Éris, foram classificados em uma subcategoria. A categoria de “planeta-anão”. A eles, juntam-se: Ceres, Makemake e Haumea. Ouso dizer: por enquanto!
            Lembre-se que tomaram a decisão de criar critérios para um corpo ser classificado como planeta quando estimativas iniciais indicavam que Éris era maior do que Plutão, pois isso abriu a possibilidade para que novos planetas fossem “adicionados” ao Sistema Solar. Para manter o Sistema Solar com apenas os oito planetas clássicos criaram a categoria de planeta-anão. Para alguns críticos isso se justifica pelo fato de alguns astrônomos considerarem esses planetas (os clássicos) especiais, para outros o aumento no número de planetas do Sistema Solar iria provocar um colapso no sistema de ensino, pois seria praticamente impossível ensinar características de todos os planetas aos alunos.
            Mas algo novo aconteceu. Segundo matéria publicada no Folha.com no dia 17/01/2011, o grupo de astrônomos que é liderado por Bruno Sicardy encontrou evidências de que Éris é menor do que Plutão. “Claramente menor”, segundo Alain Maury, que participou das pesquisas realizadas no Observatório San Pedro de Atacama, no Chile. (Leia a matéria na íntegra em: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/861597-rebaixamento-de-plutao-pode-ter-sido-precipitado-dizem-astronomos.shtml)
            E agora, deveria Plutão ser reconsiderado planeta? Ou deveria continuar como está?
            A resposta, aparentemente é simples. Independente de Éris ser ou não maior do que Plutão, este não “limpou” a região de sua órbita. É o que diz Roberto Costa do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP). Logo, não cumpre um dos requisitos para ser considerado planeta.
            Como disse no início deste post, a discussão continua e pelo visto, está longe de acabar! Mas independente disso, Plutão continuará sendo sempre este objeto fascinante.